



O Santo e a Porca
(MG / Brasil)
Cine Horto Pé na Rua (2012)
Em "O Santo e a Porca", Ariano Suassuna narra a história de Seu Euricão Árabe, um velho fazendeiro do interior de Pernambuco, homem de grande avareza. Devoto de Santo Antônio, ele mantêm em casa, sob constante vigilância, uma porca recheada com dinheiro, guardado de toda uma vida. Quando recebe a notícia da visita de um rico fazendeiro vizinho, pressente que este vem atrás de seu tesouro. Enlouquecido pelo terror de ser "roubado" deixa-se levar pelas artimanhas de sua empregada Caroba que articula poderosas manobras e cria uma rede envolvente ao seu redor.
Escrita em 1957, a peça é, segundo as palavras do próprio autor, "uma imitação nordestina da obra do escritor romano Plauto Aululária". Também do gênero comédia, O Santo e a Porca traz como temática central a avareza e explora o universo sertanejo com referências à literatura de cordel e aos folguedos populares do nordeste. A peça foi montada pela primeira vez no Rio de Janeiro, no Teatro Dulcina, em 1958, pelo "Teatro Cacilda Becker", sob direção de Ziembinski.
Espetáculo O Santo e a Porca:
Foi a primeira vez que o diretor mineiro Kalluh Araújo se enveredou pela dramaturgia de Ariano Suassuna. Por ser o primeiro mergulho, Kalluh preservou a estrutura da obra. Respeitando os três atos, o texto foi montado na íntegra. Segundo o diretor, "as características do projeto Pé Na Rua influenciaram na escolha do texto. O Santo e a Porca é ideal para a rua, possui um tom farsesco e popular, um enredo divertido, recursos muito explorados na dramaturgia de Suassuna", explica Kalluh.
Além da farsa, também foram incorporados à montagem o contraste de elementos do religioso e do profano, característica marcante da cultura sertaneja. A mistura está expressa nos figurinos, adereços e nas músicas. A direção também não abriu mão do acento nordestino nas falas; as músicas tocadas ao vivo, com ritmos do nordeste e instrumentos de sopro e percussão, ora comentam criticamente as cenas, ora ilustram a paisagem do sertanejo. O diretor assina também a preparação corporal do espetáculo. Durante o processo de criação, Kalluh trabalhou os gestuais e partitura física dos personagens, extraídos do diálogo entre o teatro e a dança.
Texto:
Ariano SuassunaDireção:
Kalluh AraújoAssistência de direção:
Antonio MelloCenografia, figurino e adereços:
Kalluh AraújoPreparação corporal e vocal:
Kalluh AraújoElenco:
Andréia Gomes, Evandro Heringer, Jéssica Tamiete, José Maria Mendes, Lucas Alberto da Cunha, Luciana Veloso e Túlio SieiroCenografia:
Kalluh AraújoCenotécnica:
Helvécio IzabelFigurino:
Kalluh AraújoAdereços:
Kalluh AraújoArranjos:
Priscilla ClerPreparação musical:
Priscilla ClerAssistente de produção do elenco:
Luciana VelosoProdução e Realização:
Galpão Cine Horto